29 de jul. de 2012

O Mapa da Mina


"Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração."
(Mt 6, 14-21)

Sempre gostei muito deste versículo, mesmo adimirando-o apenas superficialmente, visto que ele parece ser realmente muito simples. E tudo que é simples, geralmente a gente não se aprofunda muito porquê acha desnecessário.
Mas esses dias, pra variar, em vários momentos, vi situações próximas que se enquadravam exatamente nesta ideia. Inclusive situações minhas...
Se queremos saber o que realmente domina o coração, o desejo e a importância de um ser humano, basta observar aquilo a que ele mais se dedica, que mais direciona seus esforços.
Mas eu não falo aqui dos subterfúgios que geralmente se usa para justificar certas obsessões e paixões. Exemplo de subterfúgio? Quem vive em função do trabalho, a ponto de ser ausente/negligente à quem diz amar, mas por justificativa de dar à esse amor "o melhor que se pode ter", numa desculpa irrisória de compensação. Definitivamente, não é o dito amor, o tesouro desse coração, e sim, seu próprio conceito de necessidade. Não confundamos essas coisas, tenhamos cuidado pra não sermos nossos advogados cegos. E é claro, tem quem simplesmente não consiga nem mesmo uma desculpa assim... Mas insiste em dizer que apesar do sumiço por tempo indefinido,  não esquece, não deixa de amar... Não entendo.
Observe: fazemos questão de estarmos presentes na vida de quem realmente prezamos, de quem sinceramente amamos e inclusive das coisas que nos dão prazer fazer e participar. Tudo para o que arrumamos disponibilidade de energia e tempo, são os nossos tesouros. Por isso insistimos, corremos atrás... Se não, a coisa não é tão importante assim. Pelo menos, não tanto quanto dizemos ser. Às devidas proporções e responsabilidades: quando a gente realmente quer, a gente dá um jeito.
Quantas vezes, não vemos tempo sobrando pra nada, mas basta se apresentar algo que muito nos interesse para "sacrificarmos" coisas que até então eram as mais importantes. A nossa lista de prioridades e importâncias é, em várias situações, alterável... n'algumas oportunidades, de maneira desequilibrada, deixando pendências de forma até irresponsável do outro lado.
E têm tantas outras coisas que, se a gente parar pra pensar, chegará a conclusão que ama muito, mesmo que de paixão... mas são paixões que nem sempre nos permitem assumir publicamente. Assim como o contrário também, quando a gente não admite que não ama tanto assim. Pois nos dois casos, pega até mal.
Então, não adianta dizermos que não, que amamos a um que não nos dedicamos. Que estamos ausentes por "sacrifício". Sacrifício é abrir mão de algo importante, por outro igualmente ou mais importante e melhor, sempre.
Priorizamos na nossa vida o que nos aparenta ser o mais importante sim, ainda que momentaneamente. Ou seja, como diz o versículo, nossa dedicação é condicionada ao que nos importa mais, pela maior potência da alma, que é a vontade.
Assumir ou não, são outros quinhentos...

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